A polícia desarticulou um grupo criminoso que forjava laudos médicos para obter isenções de impostos em nome de militares ligados ao acidente com Césio-137, ocorrido em Goiânia. A operação revelou um esquema sofisticado que explorava o histórico do desastre radiológico de 1987, um dos maiores acidentes nucleares da história, para reivindicar benefícios indevidos. De acordo com as investigações, os fraudadores utilizavam nomes de vítimas e militares afetados para simular condições de saúde que justificassem as isenções fiscais, gerando prejuízos aos cofres públicos.
Os envolvidos no grupo atuavam de forma organizada, produzindo documentos falsos que atestavam sequelas do acidente com Césio-137, permitindo o acesso a pagamentos de benefícios destinados originalmente às vítimas reais. A ação policial resultou na desarticulação da rede, com apreensões de materiais que comprovam as fraudes. Autoridades destacam que o caso expõe vulnerabilidades no sistema de concessão de benefícios relacionados a desastres ambientais e de saúde pública, especialmente aqueles com impacto histórico como o de Goiânia, onde centenas de pessoas foram expostas à radiação.
Embora o foco da operação esteja na repressão ao crime organizado, o episódio levanta questões sobre a fiscalização de benefícios estatais, frequentemente debatidos em esferas políticas. A fraude não apenas desvia recursos destinados a reparações legítimas, mas também compromete a credibilidade de programas de assistência a vítimas de tragédias nacionais. As investigações continuam para identificar possíveis ramificações do esquema e responsabilizar todos os envolvidos.