A Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes) confirmou o pagamento dos repasses referentes aos meses de setembro e outubro para algumas organizações, mas ainda trabalha para regularizar os débitos pendentes. De acordo com o comunicado oficial, a Sedes está atuando em conjunto com a Secretaria de Economia (SEEC) para resolver as pendências o mais breve possível. Essa situação de atrasos tem afetado diversas entidades de assistência social na capital, destacando a vulnerabilidade financeira enfrentada por instituições que dependem desses recursos públicos para operar.
A Casa Azul Felipe Augusto, com 36 anos de atuação na assistência social do DF, foi forçada a suspender suas atividades no dia 20 de outubro devido à falta de recursos. A instituição atendia crianças, adolescentes, jovens e famílias em situação de vulnerabilidade nas regiões de Samambaia, Riacho Fundo II e São Sebastião. Segundo a presidente e fundadora, Daise Moisés, a dívida acumulada ultrapassava R$ 5 milhões, o que tornou inviável o pagamento de funcionários e fornecedores, impactando diretamente os serviços prestados à comunidade.
O episódio ganhou contornos políticos com a intervenção do deputado distrital Gabriel Magno (PT), que denunciou os atrasos nos repasses da Sedes. O parlamentar acionou o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), solicitando uma intervenção para garantir o cumprimento dos compromissos financeiros com as entidades sociais. Essa ação reflete as tensões entre o poder público e as organizações da sociedade civil, especialmente em um contexto de dependência de verbas governamentais para a manutenção de programas de assistência.